Braga Netto nega autoria de ataques a comandantes do Exército
Braga Netto está sendo interrogado por videoconferência. Ele é réu por suspeita de envolvimento em plano golpista, após as eleições de 2022
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O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou, na noite desta terça-feira (10/6), o interrogatório do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e ex-candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro em 2022. O réu negou que teria coordenado os ataques sofridos nas redes sociais pelos ex-comandantes do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, e da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior após os militares negaram participar de uma possível trama golpista.
As audiências estão sendo conduzidas pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. Ao ser questionado pelo relator, Braga Netto negou qualquer tipo de retaliação a Freire Gomes e Baptista Junior.
“Eu me recordo dessas mensagens, que eu vi no inquérito. No inquérito elas estão descontextualizadas. Eu jamais coordenei ou ordenei ataques a nenhum dos chefes militares. Pelo contato que eu tinha com eles, se eu tivesse falado algo com eles eu falaria pessoalmente. Eu não coordenei”.
Braga Netto é um dos oito réus do chamado “núcleo 1” da investigação sobre a tentativa de golpe de Estado após as eleições presidenciais de 2022, vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Braga Netto está preso e participa por video-conferência.
Prisão
Braga Netto está preso preventivamente desde dezembro de 2024, por ordem do ministro Alexandre de Moraes. A prisão foi decretada a pedido da Polícia Federal, que investiga a participação do general da reserva em um suposto plano para manter Bolsonaro no poder por meios ilegais. Como está sob custódia do Comando Militar do Leste, no Rio de Janeiro, o ex-ministro depõe por videoconferência.
Segundo a Polícia Federal, há indícios de que Braga Netto teve papel relevante na articulação e no financiamento das ações planejadas por militares e civis para reverter o resultado das urnas. Entre os elementos investigados está a suspeita de que o general teria reado recursos aos envolvidos em uma sacola de vinho. A informação veio à tona a partir da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.