Rixa de Hugo Motta e vice de petista travam federação MDB-Republicanos
Presidentes do MDB e do Republicanos já diagnosticaram aspectos regionais que são empecilhos para a federação e devem retomar conversas
atualizado
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Os deputados Baleia Rossi e Marcos Pereira, respectivamente presidentes nacionais do MDB e do Republicanos, devem se reunir em duas semanas para acertar as diferenças regionais que ainda são empecilhos para a formalização de uma federação dos dois partidos.
Uma das rixas estaduais diz respeito ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), aliado do governador paraibano João Azevêdo (PSB). Na Paraíba, o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB) rompeu com Azevêdo pouco antes das eleições de 2022 e, desde então, faz oposição ao governador.
Outra diferença regional é na Bahia, onde o governador petista Jerônimo Rodrigues tem como vice Geraldo Júnior, do MDB. Jerônimo deve tentar a reeleição, mas o Republicanos está inclinado a apoiar o ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União), que deve sair como candidato ao governo baiano.
Em Roraima, o vice-governador Edilson Damião Lima (Republicanos) pretende ser cabeça de chapa ao governo do estado em 2026, mas o MDB tem a ex-prefeita de Boa Vista Teresa Surita (MDB) como pré-candidata. Ela foi casada com o ex-senador Romero Jucá (MDB), quando ele era governador de Roraima. Nos bastidores, especula-se que o vice-governador possa trocar o Republicanos pelo PSD.
O prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), e o vice-governador do Espírito Santo, Ricardo Ferraço (MDB), também aparecem como os principais candidatos a concorrer ao governo capixaba. Um levantamento de junho, do Instituto Paraná Pesquisas, mostra Pazolini com 26,1% das intenções de voto e Ferraço com 21,7%.
A arrumação para acolher as diferenças regionais dentro da federação ainda não foi definida, mas, segundo o deputado Baleia Rossi, os empecilhos serão solucionados em breve.
“As arestas são poucas e fáceis de resolver”, diz o presidente do MDB ao Metrópoles.
Na segunda-feira (9/6), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), recebeu lideranças dos dois partidos no Palácio dos Bandeirantes. A primeira reunião foi com Marcos Pereira e Hugo Motta, seus correligionários. Na sequência, com Baleia Rossi (MDB).
Oficialmente, o presidente emedebista, que estava acompanhado do deputado estadual Leo Oliveira e do prefeito de Cravinhos, Itamar Bueno, ambos da mesma sigla, disse que a agenda foi para tratar de um “tema regional”. Já Pereira disse que foi com o presidente da Câmara se encontrar com o governador do Republicanos para uma “visita de cortesia”.
As conversas do MDB e do Republicanos
- Em abril, Baleia Rossi e Marcos Pereira iniciaram conversas sobre a federação MDB-Republicanos.
- No mês seguinte, os dirigentes partidários se reuniram novamente para diagnosticar os conflitos regionais.
- Com a federação, as siglas vão ter uma bancada de 89 parlamentares na Câmara dos Deputados.
- No início do ano, ambos os partidos estavam em conversas avançadas com o PSDB, mas os tucanos preferiram se unir ao Podemos.
Ministros de Lula defendem federação
Renan Filho (Transportes) e Jader Filho (Cidades), ministros emedebistas do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), defenderam a federação com o Republicanos na semana ada.
“Há a federação do PT, que tem em torno de 100 deputados, o PL com em torno de 100 deputados, o União Brasil e o PP com 100 deputados. E digo ao MDB e ao Republicanos: ou a gente forma uma federação e vamos a próximo de 100 deputados na Câmara e à maior bancada do Senado, ou então vamos para série B da política”, disse Renan a empresários em evento no litoral paulista.