Austrália: clínica de fertilização troca embriões pela segunda vez
Rede de fertilização usou um embrião errado no tratamento de paciente. Anteriormente, uma mulher deu à luz a criança de outro casal
atualizado
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No centro de um escândalo, a Monash IVF, uma das principais redes de clínicas de fertilização da Austrália, anunciou que trocou inavertidamente os embriões de mais uma paciente. É o segundo caso descoberto na instituição nos últimos três meses.
A mulher afetada recebeu um embrião diferente do previsto em seu plano de tratamento. Segundo comunicado oficial divulgado na terça-feira (10/6), o embrião da própria paciente foi transferido, quando o contrato previa o uso de um embrião de sua parceira.
A empresa pediu desculpas ao casal e afirmou que está oferecendo apoio contínuo. Estima-se que erros desse tipo sejam tão raros que não é possível prever uma estatística. A secretária da saúde de Victoria, estado australiano onde ocorreu o incidente, afirmou que está conduzindo uma investigação formal sobre o incidente.
Na FIV, a fecundação ocorre em laboratório. Um espermatozoide saudável é selecionado e injetado dentro do óvulo e, após a formação do embrião (junção entre o espermatozoide e o óvulo), ele é transferido para o útero.
Para o especialista em medicina reprodutiva Alessandro Schuffner, de Curitiba, esse tipo de erro é extremamente grave e raro.
“O processo inteiro depende de uma seleção adequada dos embriões e o objetivo é reduzir ao máximo a manipulação por indivíduos, até para preservar a saúde deles. O que diferencia essa técnica é que vamos selecionar o óvulo e os espermatozoides um por um, o que acaba maximizando o resultado”, explica o médico.
Revisão interna e novas medidas para fertilização
O novo caso ocorre menos de três meses após outro erro semelhante ter sido registrado. Em abril, a clínica revelou que uma paciente de Queensland teve um filho fruto do embrião de uma mulher desconhecida após a transferência equivocada. A Monash IVF atribuiu o erro anterior a uma falha humana.
O caso segue em análise e pode gerar consequências regulatórias mais amplas para o setor nos próximos meses.
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